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Carioca, formada em jornalismo, Marcia Cristina iniciou a carreira na área de Comunicação Social do BNH e da Caixa Econômica Federal. Foi repórter de TV em Salvador e editora de reportagens em Curitiba. Em 1995 passou para a área de negócios e foi gerente geral de unidades de negócios da Caixa na Bahia. Pós-graduada em Gerência de Marketing pela ESPM/SP (ministrado em Salvador) e MBA em Gestão Empresarial pela Universidade Católica de Salvador em parceria com a UFRJ. Em 2009 lançou o livro “Ética no Ambiente de Trabalho, editora Campus/Elsevier. Entre 2013 e 2016 trabalhou na área de educação da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem - ABCD, no Ministério do Esporte, exercendo também a Diretoria de Informação e Educação em defesa da Ética no Esporte. Em 2018 participou da coletânea, Criativos, Inovadores e Vencedores, editado pela Literare Books, São Paulo e lançou o segundo livro solo, Conduta Ética e Sustentabilidade Empresarial, pela editora Alta Books. Vive agora em Portugal.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

A decisão ética e a carreira profissional


A conduta que respeita os valores éticos no dia-a-dia das relações de trabalho, ou a falta dela, está em evidência.
Em tempos de Operação Lava-Jato, as manchetes dos noticiários apresentam exemplos das rotinas de trabalho de grandes empresários, executivos e políticos brasileiros que agora são investigadas. São atitudes que revelam ações desonestas e criminosas e que muitos tratam como sendo falta de ética no trabalho, na política, nos negócios e nas relações pessoais.
Entretanto, a falta de ética não se restringe a falta de honestidade. Falta de ética está em todas as atitudes que contrariam a noção do que é certo e justo. Agir com ética é fazer o que é certo, da forma correta. De uma maneira geral, quase sempre temos a perfeita noção de como devemos decidir e agir em vários momentos de nossos dias, mas razões pessoais muitas vezes inconfessáveis acabam nos influenciando a agir da maneira errada. Afinal atitudes banais como denegrir a imagem de um colega de trabalho, “copiar” a idéia de outro colega ou ultrapassar pelo acostamento também são atitudes antiéticas.
Por incrível que pareça, as pessoas que procuram agir sempre da maneira correta passaram a ser alvo de deboches do tipo: “ser politicamente correto” é o mesmo que ser bobo. A mentalidade de que o bacana é “se dar bem em cima dos outros”, “não respeitar regras”, “fazer o que dá na telha” valoriza aqueles que agem de forma egoísta e irresponsável. Confundem liberdade de ação e expressão com transgressão e inversão de valores!
Ops! Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa!
No ambiente de trabalho, a falta de ética mais comum é o Assédio Moral. Infelizmente, em pleno século XXI, ainda existem gestores que pensam que só serão respeitados se forem conhecidos como severos, grosseiros, cruéis e verbalmente agressivos. Chegam a ter satisfação quando percebem o temor nos olhos de seus subordinados. Assim, alimentam sua vaidade e pobreza de espírito. Não entendem que esse tipo de conduta desagrega, humilha, desmotiva e é fonte de estresse e sofrimento. Como conseqüência, o ambiente de trabalho adoece e provoca a perda de talentos que não aceitam ser tratados desse jeito. O problema é que a maioria das pessoas não tem coragem ou condição de escolher onde trabalhar e acabam suportando o fardo de trabalhar sendo infelizes.
Curiosamente e não raramente, pessoas que foram mal tratadas e agredidas no início de sua vida profissional, acabam se tornando chefes agressivos e intolerantes. Copiam o mau exemplo que tiveram porque entendem que chefe competente é chefe que é obedecido sem questionamentos... Não evoluem, não percebem os exemplos bem sucedidos de equipes que se tornam times onde o “chefe” lidera, direciona, valoriza, respeita, ouve e agrega valores e pessoas.
Outra conduta a ser inibida é a vaidade de gestores que, quando precisam decidir que caminho seguir, que projeto priorizar ou que fornecedor contratar, colocam seus interesses acima dos interesses da empresa.  Por exemplo: qual projeto vai dar mais projeção para minha carreira? Qual fornecedor é mais meu parceiro? Qual colaborador tem mais potencial de fazer o trabalho que eu vou apenas assinar?
A ética está em muitas decisões que tomamos todos os dias. Nem sempre temos tempo de avaliar cada uma de nossas atitudes por diferentes ângulos, o que facilita nossos erros. Por outro lado, determinadas situações são claramente erradas, sabemos que estamos errando, mas não resistimos à tentação quando existe uma boa chance de não sermos pegos. O problema aparece quando aquela atitude que achávamos quase “inocente” é descoberta. Aí a casa cai!
Isso está acontecendo diante de nossos olhos.
Então, sugiro uma boa ferramenta para avaliar se uma conduta é ou não ética, se pode ou não dar margem a questionamentos capazes de arruinar nossa reputação, nossa credibilidade, nossa carreira e até mesmo nossa vida. Pergunte a si mesmo: se amanhã a minha atitude sair publicada na primeira página do principal jornal de minha cidade, qual será meu sentimento? Orgulho? Vergonha? Constrangimento?

Dependendo da resposta, fica fácil saber a maneira correta de agir.


(Artigo originalmente publicado em página da intranet da empresa INB - Indústrias Nucleares do Brasil, em agosto de 2015)