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Carioca, formada em jornalismo, Marcia Cristina iniciou a carreira na área de Comunicação Social do BNH e da Caixa Econômica Federal. Foi repórter de TV em Salvador e editora de reportagens em Curitiba. Em 1995 passou para a área de negócios e foi gerente geral de unidades de negócios da Caixa na Bahia. Pós-graduada em Gerência de Marketing pela ESPM/SP (ministrado em Salvador) e MBA em Gestão Empresarial pela Universidade Católica de Salvador em parceria com a UFRJ. Em 2009 lançou o livro “Ética no Ambiente de Trabalho, editora Campus/Elsevier. Entre 2013 e 2016 trabalhou na área de educação da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem - ABCD, no Ministério do Esporte, exercendo também a Diretoria de Informação e Educação em defesa da Ética no Esporte. Em 2018 participou da coletânea, Criativos, Inovadores e Vencedores, editado pela Literare Books, São Paulo e lançou o segundo livro solo, Conduta Ética e Sustentabilidade Empresarial, pela editora Alta Books. Vive agora em Portugal.

sexta-feira, 8 de março de 2019

Decisão ética. A escolha é você quem faz! A consequência é a vida que traz.
A pressão está presente no ambiente de trabalho. Todos se sentem pressionados a fazer, no mínimo, um bom trabalho. Um trabalho que mereça ser justamente remunerado. Para isso, o trabalho, seja ele qual for, precisa ser bem feito. Isso é normal, saudável e nos estimula a buscar o aperfeiçoamento contínuo. Ocorre que a pressão acaba ficando muito mais forte em razão da competitividade, da cobrança por prazos e qualidade e pela vontade de alçar voos cada vez mais altos, tanto na conquista de posições mais poderosas como também de maiores ganhos. E é aí que o estresse começa.
Pressão para cumprir prazos, para cumprir metas, para aumentar as vendas, para estar bem vestido e em boa forma física. Pressão para ser criativo, para aprender um novo processo, um novo idioma, para manter a equipe motivada, para fazer a pós-graduação e ainda ter tempo para ser bom pai/mãe, filho/filha, marido/esposa, amigo/amiga. Tem que estar up to date com as mídias sociais e, se possível, ter tempo para cuidar da espiritualidade e participar de atividades comunitárias/filantrópicas e reuniões sociais. Só de ler cansa... e não vamos esquecer que quase tudo custa dinheiro. Então, é preciso fazer mais dinheiro. A verdade é que estamos todos mergulhados em um mundo de obrigações, deveres e oportunidades que não podemos perder. E no meio de toda essa pressão, seu melhor cliente, ou seu chefe, ou qualquer outra pessoa pede para você fazer uma coisa simples, quase imperceptível, mas capaz de facilitar algumas dessas “metas”. Quem nunca precisou mentir porque o chefe pediu para dizer que não estava ou que não podia atender? Uma mentirinha simples... mas também pode ser que ele peça para alterar uma data em um documento porque o maior cliente da empresa precisa fazer de conta que fez o pedido na data em que o preço estava melhor. Você altera a data ou perde a venda? E se alguém denunciar a irregularidade? A última pesquisa GBES – Global Business Ethics Survey realizada pela organização Ethics & Compliance Initiative apontou que 63% dos entrevistados afirmaram ter conhecimento de ocorrências de pressão exercida pelas lideranças para descumprir normas internas.
O que parece ainda estar sob uma névoa é a percepção de que cada vez que alguém cede à pressão para descumprir normas, essa pessoa se coloca sob o risco de ter sua reputação comprometida, ou, ainda pior, ser enquadrada por fraudar uma cláusula legal ou prevista no código de ética da empresa.
As empresas estão investindo pesadamente nos controles. A consciência ética de alguns os leva a não hesitar denunciar irregularidade e também é importante lembrar que cada vez que se encontra um jeito de burlar alguma norma para ganhar alguma coisa, alguém vai perder ou, pelo menos, deixar de ganhar.
Empresas costumam lançar campanhas para estimular o aumento dos negócios e ninguém gosta de perder para quem não agiu da forma correta. Daí para a denúncia, é um passo. Para quem tem um mínimo de consciência ética, conviver com o medo é um grande castigo. Nada compensa a perda da paz. Para quem passa pelo dissabor de ser descoberto e responder por suas decisões inadequadas, certamente vai chegar à conclusão de que não valeu a pena porque as consequências costumam ser pesadas. Como recuperar a credibilidade e a confiança das pessoas que acreditavam na sua integridade? Claro que, por mais que estejamos atentos, podemos errar e ser punidos por isso. No entanto, a punição é muito mais dolorosa quando percebemos que sabíamos que estávamos errando. Quando percebemos que optamos pelo caminho que pareceu ser mais fácil naquele momento, mas que agora se mostra tão equivocado. É quando o sentimento de culpa se instala. A gente cresce, estuda, investe na formação e procura fazer tudo certo. Gostamos de provocar orgulho nos nossos país, admiração nos nossos filhos, sermos respeitadas (os) pelos nossos amigos. Como, de repente, estamos sendo acusados, julgados e condenados por uma decisão errada que tomamos em um único momento de descuido? Por isso, pensem, pensem muito se vale a pena o risco de perder seu emprego, perder o respeito e a admiração das pessoas que realmente são importante para você apenas para conseguir manter um cliente, cumprir uma meta, ter um aumento de salário, ganhar um prêmio numa campanha motivacional ou porque preferiu obedecer às ordens da chefia sem questionar a correção da ordem recebida.
A escolha é você quem faz! A consequência é a vida que traz.
Ilustração copiada do blog da alfaconcursos.com.br