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Carioca, formada em jornalismo, Marcia Cristina iniciou a carreira na área de Comunicação Social do BNH e da Caixa Econômica Federal. Foi repórter de TV em Salvador e editora de reportagens em Curitiba. Em 1995 passou para a área de negócios e foi gerente geral de unidades de negócios da Caixa na Bahia. Pós-graduada em Gerência de Marketing pela ESPM/SP (ministrado em Salvador) e MBA em Gestão Empresarial pela Universidade Católica de Salvador em parceria com a UFRJ. Em 2009 lançou o livro “Ética no Ambiente de Trabalho, editora Campus/Elsevier. Entre 2013 e 2016 trabalhou na área de educação da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem - ABCD, no Ministério do Esporte, exercendo também a Diretoria de Informação e Educação em defesa da Ética no Esporte. Em 2018 participou da coletânea, Criativos, Inovadores e Vencedores, editado pela Literare Books, São Paulo e lançou o segundo livro solo, Conduta Ética e Sustentabilidade Empresarial, pela editora Alta Books. Vive agora em Portugal.

segunda-feira, 29 de maio de 2017

A LUZ DA ÉTICA


Falar de ética, exigir ética, cobrar que os outros sejam éticos, falar que os políticos não têm ética e reclamar que o vizinho não obedece às regras da boa convivência são atitudes bem comuns. Difícil é praticar a ética quando os próprios interesses estão envolvidos.
No início do século XXI, normas negociais foram revistas com o propósito de dedicar mais respeito aos interesses de fornecedores e clientes. A política do "ganha x ganha" passou a ser compreendida e valorizada, pelo menos em teoria.
Nada mais era do que respeitar e buscar atender os interesses das partes envolvidas.
A ética estava sob os holofotes empresariais. Todas queria ser reconhecidas como empresas éticas!
Menos de 20 anos depois, constata-se que a maioria das empresas melhorou rotinas e controles, mas pouca, ou nenhuma atenção foi dada ao desenvolvimento da consciência ética das pessoas.
O ambiente de trabalho continua doentio.
Lamentavelmente, o que acontece hoje na maioria das empresas, é a valorização da politicagem, dos resultados conseguidos à qualquer preço e a promoção de gestores que exploram o talento de seus subordinados sem reconhecer o mérito e sem valorizar o desempenho de suas equipes.
É um ciclo vicioso, onde o mau exemplo é premiado e contradiz o que está explícito no Código de Ética.
Empresas ainda mantém líderes despreparados que servem de exemplo de conduta para suas equipes. Se nada for mudado, os futuros ocupantes de cargos de comando serão pessoas propensas a adotar o mesmo modelo de comportamento que testemunham hoje, pois aprenderam ser essa a forma correta de como um gestor deve agir.
Para ser verdadeiramente ética, com um ambiente de trabalho saudável, negócios honestos e rentáveis e clientes satisfeitos a empresa precisa investir no desenvolvimento da consciência ética do seu pessoal.
Relatos de comportamentos antiéticos acontecem sem que que sejam reprimidos.
Executivos pregam e exigem a conduta ética de suas equipes, mas não seguem esses mesmos valores quando tomam decisões. O exemplo da Construtora Odebrecht, com vários gestores envolvidos com propina, é bastante representativo.
Constroem-se regras de ideais éticos, mas essas regras não se aplicam à determinados comportamentos, seja no trabalho ou entre vizinhos, familiares e demais grupos sociais.
A vaidade, o orgulho, a arrogância, a ganância, o egoísmo e o autoritarismo determinam a forma de agir e criam conflitos os mais diversos, sempre desrespeitando o outro.
Assédio moral não acontece apenas no trabalho. Infelizmente, é muito comum nas escolas (bullying), nas famílias e até entre "amigos".
Vemos a falta de cuidado com a ética dando causa a doenças físicas e emocionais em pessoas de todas as idades, com destaque para crianças. Até quando?
A sociedade só vai evoluir quando houver um esforço de educação ética nas escolas, universidades e dentro das grandes e médias empresas que deveriam investir na valorização da credibilidade, da reputação, da transparência e da correção no relacionamento pessoal.
Desenvolver a consciência ética é um objetivo que exige dedicação permanente.
Acompanhar e avaliar as atitudes alheias é uma atividade que exige comprometimento, discernimento, perseverança e disposição para enfrentar conflitos, além de talento para resolver esses conflitos e coragem para aplicar devidas punições.
Não se pode dourar a pílula de que a missão de desenvolver a consciência ética seja um objetivo facilmente alcançável. Pelo contrário! É um desafio que vai exigir enorme desgaste pessoal e mexer com energias negativas.
Afinal, cobrar a correção da conduta de pessoas contrariadas em seus interesses pessoais que estão acostumadas tomar decisões descompromissadas com o que é justo, certo e ético é uma tarefa árdua.
Ética pode ser ensinada!
Deveria fazer parte da educação familiar, mas a sociedade brasileira está muito longe disso.
O exemplo que muitos pais e mães passam aos filhos,independentemente do nível social, distorce completamente o sentido do que seja certo ou errado. Estudantes desrespeitam professores e são apoiados pelos pais. Ficam cada dia mais agressivos e desconectados de qualquer valor ético.
Valores éticos podem ser assimilados quando demonstradas as vantagens obtidas ao longo do tempo em detrimento dos resultados imediatos.
A conquista de credibilidade, reputação, honestidade e respeito leva a vida inteira para ser construída e mantida, e de apenas um momento para ser destruída.

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